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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Manoel Nenen

Deserto
Mote:
SÓ NÃO QUERO IR NO BALCÃO
TOMAR PORRE DE AGUARDENTE


Quero ser um fofoqueiro
Pilantra ou vagabundo
Só não quero que o mundo
Me chame de cachaceiro
Diga que sou feiticeiro
Que eu fico mais contente
quero receber corrente
Do espírito de lampião
Só não quero ir no balcão
Tomar porre de aguardente

Prefiro ficar trancado
Em uma cadeia segura
''Prá'' não beber pinga pura
Nem cerveja nem queimado
Quero ficar aleijado
Sentado em calçada quente
Vivendo como indigente
Comendo resto de pão
Só não quero ir no balcão
Beber porre de aguardente

Quero perder meu emprego
Sem mulher, abandonado
Dormir no velho sobrado
Ser sugado por morcego
Eu quero mesmo ser pêgo
Por um cabo ou um tenente
Quero sofrer um acidente
Cortar os dedos da mão
Só não quero ir no balcão
Beber porre de aguardente


Autor: Manoel Nenen 


Manoel Venâncio de Sousa (Manoel Nenen) Nasceu em Brejinho-Pe e Faleceu em 29 de outubro de 2009 aos 79 anos de idade deixando os filhos(as) Maria Regina, Maria do Socorro, José Maria, José Renato(nenen) e Pedro Lucílio(pedoca).

O Manoel gostava de beber cachaça, mas sabia o mal que  a bebida lhe causava. Após cada porre, no dia seguinte prometia que iria parar de beber, e vontade era tanta que ele começava a sonhar fazendo esses versos citando a cachaça, como no mote: Só não quero ir no balcão, beber porre de aguardente.

Fonte: José Maria Ventura   

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