Em pé, Dona Francisca, sentadas da esquerda para a direita, Socorrinha(filha de Manoel) e Dona Maria (esposa Manoel Nenen)
FEZ EU DEIXAR DE BEBER
I
Comecei beber cachaça
Quando ainda adolescente
Me tornei um dependente
Do vício dessa desgraça
Bebendo à noite na praça
E o dia sem comer
Doente já ''prá'' morrer
E a matéria enfraquecida
O pranto de mãe sofrida
Fez eu deixar de beber
II
Eu me julgava sem jeito
Preso no elo do vício
Passando, dor, sacrifício
Sem corrigir meu defeito
Sentia dentro do peito
O algo do desprazer
Estava ''prá'' enlouquecer
Com efeito da bebida
O pranto de mãe sofrida
Fez eu deixar de beber
III
Pelo impulso da bebida
Me tornei um vagabundo
Bebendo pela favela
Não ouvia mais aquela
Que fez, eu vir ao mundo
Maltrapilho, sujo, imundo
Sem condição ''prá'' viver
Fazendo mamãe sofrer
Destruindo a sua vida
O pranto de mãe sofrida
Fez eu deixar de beber
IV
Vezes pedia gorjeta
Para beber um queimado
E depois de embriagado
Ia dormir na sarjeta
Era coisa do capeta
Eu não sabia entender
Fazia mamãe sofrer
Derramar lágrima sentida
O pranto de mãe sofrida
Fez eu deixar de beber
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